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Moçambique tem 20 anos para reduzir 21 milhões em situação de pobreza para metade

Após a redução da taxa até 2015, a pobreza no país voltou a aumentar em 2020 e 2022.

Comerciantes no mercado grossista do Zimpeto onde se tem verificado uma subida de preços nos bens para o "menu" de Natal e Fim de Ano, em Maputo, Moçambique, 14 de dezembro de 2023. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Moçambique “registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 5,36%” a 12 meses, até novembro, influenciada pela alimentação. Só no espaço de um mês, face a outubro, os preços em Moçambique subiram 1,17%, influenciados pelo aumento de custos com produtos alimentares e bebidas, referiu o INE. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2023). LUÍSA NHANTUMBO/LUSA
Comerciantes no mercado grossista do Zimpeto onde se tem verificado uma subida de preços nos bens para o "menu" de Natal e Fim de Ano, em Maputo, Moçambique, 14 de dezembro de 2023. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Moçambique “registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 5,36%” a 12 meses, até novembro, influenciada pela alimentação. Só no espaço de um mês, face a outubro, os preços em Moçambique subiram 1,17%, influenciados pelo aumento de custos com produtos alimentares e bebidas, referiu o INE. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2023). LUÍSA NHANTUMBO/LUSA © Créditos: LUSA

Mais de 21 milhões de moçambicanos vivem em situação de pobreza, mas o Governo pretende reduzir para menos de 30%, 13 milhões, até 2043, refere a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE), a que a Lusa teve acesso na segunda-feira.

“No que diz respeito aos aspetos sociais, Moçambique enfrenta desafios significativos como o acesso aos serviços básicos, pobreza, desigualdades e vulnerabilidade a choques e crises. A taxa de pobreza de 68,2% ainda é alta, com grande parte da população a viver abaixo da linha de pobreza”, de acordo com o documento, que define políticas e metas para o período de 2024 a 2043.

Em 2003 a taxa de pobreza era de 52,8% em Moçambique, reduziu para 51,7% em 2009 e para 46,1% em 2015, mas aumentou para 68,2% em 2020 e 2022, numa base de 31,6 milhões de habitantes (mais de 21 milhões de pessoas), acrescentou.

“O acesso à educação, saúde e serviços básicos é limitado, especialmente nas áreas rurais. A desigualdade de renda também persiste como um desafio, afetando negativamente a coesão social”, indicou.

O documento define a meta de atingir até 2035 uma taxa de proporção da população que vive abaixo da linha da pobreza nacional de 37,8%, reduzindo em 2043, no final do programa, para 27,9% de uma população base estimada de 47 milhões de pessoas, equivalente assim a pouco mais de 13 milhões de habitantes em situação de pobreza.

Para esta evolução, a ENDE apresenta uma previsão de evolução do produto interno bruto (PIB) ‘per capita’ de 605,9 dólares em 2022 para mais de 3.309 dólares em 2043, já com o retorno dos projetos de extração de gás natural, atualmente em face de arranque.

O documento define o objetivo de “redução significativa da pobreza e das desigualdades sociais” em Moçambique naquele período.

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2024-2043 “tem como objetivo principal promover um desenvolvimento nacional sustentável, inclusivo, equitativo e resiliente, impulsionado pelo crescimento económico”.

“Este propósito é alcançado através de diversas metas, como o fortalecimento da governação e da transparência, o desenvolvimento da infraestrutura estratégica do país, o desenvolvimento do capital humano, a promoção da diversificação da economia, o aumento da produtividade e competitividade, a garantia do acesso e qualidade dos serviços básicos, a promoção da inclusão social e a sustentabilidade ambiental”, acrescentou.

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A elaboração da ENDE “fundamenta-se nas prioridades do Governo e na necessidade de estabelecer uma visão de longo prazo para o desenvolvimento do pais” e também “se ajusta ao pacote de descentralização em curso no país e as questões conjunturais e estruturais da economia”, referiu.

A ENDE está também “alinhada com os compromissos internacionais e regionais”, como Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento sustentável, Agenda da União Africana (UA) 2063, Carta Africana dos Direitos Humanos, entre outros.

Fonte: Agência Lusa

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